☯️ MDV #11 - Máquina de Viver?
Eu sou um cara de referências.
Gosto de ir colecionando pensamentos e conceitos e, vira e mexe, eles entram em erupção.
Acho que o nome dessa newsletter começou a ser pensado lá no colégio, há mais de 20 anos.
Numa aula de história (se não me engano) ouvi pela primeira vez a famosa frase de Heráclito, filósofo grego do século VI a.C., que disse que um homem jamais pisa duas vezes no mesmo rio.
Eu fiquei fascinado com essa ideia da constante mudança das coisas, mas eu tinha só 17 anos pra fazer alguma coisa útil com ela.
Avança pra 2022 e eu estava lá, recolhendo os cacos e começando a colocar a vida - e as ideias - em ordem, de maneira prática.
Eis que numa quinta-feira qualquer, na newsletter semanal do James Clear, autor de Hábitos Atômicos, num contexto que não faz a menor diferença agora, ele lança uma frase do jornalista Hal Boyle, sobre a certeza:
“What makes a river so restful to people is that it doesn’t have any doubt—it is sure to get where it is going, and it doesn’t want to go anywhere else.”
O rio não quer ir para nenhum outro lugar senão aquele que está indo.
Beleza, guarda essa informação.
Alguns poucos dias depois, durante uma das minhas sessões com meu coach, falávamos sobre todas as alternativas que eu estava considerando - afinal, o nome técnico dessa fase no empreendedorismo é "fase de exploração".
Nesse encontro eu contei que me sentia como alguém limpando uma área grande e abandonada onde iria construir sua casa. Que primeiro era preciso tirar o entulho, cortar árvores que cresceram para, só então, decidir onde seria o melhor lugar.
E ele me convidou a pensar de outro jeito: que cada um dos territórios que eu explorava deveria ser um rio que desaguava num outro, maior, e que, eventualmente, se tornaria um grande e poderoso rio.
Acho que ele só queria me provocar a pensar na coisa em etapas subsequentes, estruturada, aproveitando os ensinamentos da fase anterior para as próximas - o que evitaria que eu perdesse tempo com coisas que não me levariam pra frente, como por exemplo, sei lá, aprender a tocar flauta.
Só que quase 7 anos de psicanálise não iam deixar essa inocente menção a um rio passar imune, né?
Até porque durante muitos anos no divã eu constantemente falava sobre meus limites, sobre me sentir preso, sobre querer fazer alguma coisa de verdade, de um solo de guitarra a uma jogada no basquete, e sentir que algo me segurava - e que não era falta de conhecimento técnico nem tampouco de prática.
E sempre que eu ouvia a palavra "limite" em qualquer situação eu me lembrava dessas sensações todas.
Então, comecei a reparar mais em outras palavras que também poderiam ter certa conexão com isso tudo.
Na hora que o Cristian falou "rio" esses pensamentos todos se alinharam e tudo fez sentido - pelo menos pra mim. Foi tipo:
"ESPERA AÍ! RIO TEM LIMITE!!"
"SE NÃO TIVER, ELE ESPARRAMA!"
"ELE SÓ NÃO PERDE TEMPO PENSANDO NO QUE O LIMITA PORQUE ELE SABE PARA ONDE QUER IR!"
🤯
Palavras são poderosas.
Elas formam nossos pensamentos e, muitas vezes, nos levam a tomar decisões que mudarão nossas vidas para sempre.
Tá, e de saiu veio o Máquina de Viver?
Lá em 2020, depois que o Kobe Bryant morreu, ouvi uma frase que ele deu numa entrevista que, somada à maneira trágica pela qual sua história terminou, ficou ainda mais impactante pra mim: o amanhã não é garantido; o resto de hoje não é garantido.
E depois dessa avalanche toda eu senti que, por muito tempo, eu estava vivendo a vida errada. Você já se sentiu assim?
E aquilo me deu raiva.
Raiva boa.
Aquelas quando alguém duvida de você, sabe?
Daquelas que faz você apertar os dentes, cerrar os punhos e querer mostrar que não se deve duvidar do que você é capaz de fazer.
Você sabe, não sabe?
Eu decidi me tornar uma máquina.
Uma máquina de viver.
🗣️ Minhas 3 recomendações da semana
📹 TED Talk: durante 20 minutos, Brene Brown fala sobre a vulnerabilidade. Tendemos a encarar a vulnerabilidade como uma fraqueza, mas, na verdade, ela é chave para criarmos conexões mais verdadeiras e uma cultura de segurança emocional.
📺 Série: assisti recentemente a série Our Universe, da Netflix e fiquei falando sozinho por 3 horas depois (porque a Anna dormiu de olho aberto fingindo que me ouvia). Narrada por Morgan Freeman, o visual é absurdamente lindo, e os mistérios e maravilhas do universo são contados sob a perspectiva de várias espécies de vida - inclusive as microscópias. Vale muito a pena!
📹 Vídeo: falo bastante no Almoço Grátis sobre como construir uma marca pessoal forte pode te ajudar a conquistar seus objetivos mais rápido. Nesse vídeo postado no começo do ano, Gary Vee, um dos grandes nomes da internet mundial, aborda de maneira simples e direta como você pode começar a cuidar da sua. E se você quiser bater um papo sobre isso, marca um horário lá. Abri a agenda de abril agora. 😉
Frase da semana
Ótima semana!
Daniel
PS: se você chegou aqui agora, queria te indicar esse post e esse também. Eles resumem bem o que eu estou tentando fazer por aqui.
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