☯️ MDV #68 - erro, logo existo

(tempo de leitura: menos de 3 min)

"Marca Pessoal".

Soa estranho, né?
Meio corporativo.
Sem autenticidade.

O problema é que, por mais cansativo que seja ouvir falar nisso, a realidade não mudou: hoje é muito mais difícil conseguir um emprego bacana, publicar um livro com editora grande ou conquistar clientes que pagam bem sem alguma reputação.

E confesso que, por mais que tenha sido meu principal arco narrativo nos últimos 3 anos – e mesmo tendo criado cursos e produtos digitais a respeito – sempre senti todo tipo de asco para escrever sobre Marca Pessoal.

Nunca consegui encontrar um ângulo que soasse original, passasse longe do território dos gurus de terninho nem me revirasse o estômago.

Mesmo assim, se eu não começasse a construir uma parada só minha, estaria para sempre à mercê dos outros.

Do RH.
Do Zuck.
Da sorte.

E essa autonomia foi a principal motivação para criar esse espaço, em janeiro de 2023.

Aqui eu poderia usar as habilidades que desenvolvi durante meus quase 20 anos nutrindo e crescendo marcas pelo mundo afora pra construir uma plataforma livre do algoritmo.

Mas, no meio do caminho, cometi erros que mudaram completamente minha visão sobre tudo isso.

E como hoje é meu aniversário, decidi comemorar os 41 de um jeito diferente: celebrando os erros que cometi nessa jornada com uma publicação especial.

Errar não é só humano. Errar é natural quando se está criando algo do zero.

E eu, que sempre tive vergonha do erro, descobri que escrever sobre os meus é libertador.

Sabe, essa newsletter já foi muitas coisas:

• um espaço de reflexões mais pessoais na Máquina de Viver;
• uma plataforma de divulgação do meu trabalho e contato com leads;
• um guia estruturado sobre criação de conteúdo no Conteúdo que Conecta.

Não vejo essas versões necessariamente como um erro.
Até porque em todas as edições havia um pedaço verdadeiro de mim.

Mas sinto que faltava algo importante: a permissão para simplesmente escrever.

Escrever o que precisava ser escrito.
Sem ter que vender. Sem o peso de educar.

E o que eu precisava escrever é que eu errei ao tentar resolver as dores da audiência antes de ter clareza das minhas.

Me joguei de cabeça com a pressão de ter que dar certo.

Mas escrever me trouxe clareza.

Seja no meu journal ou no computador, escrever tem ajudado a organizar essas ideias, a lidar com frustrações e, talvez, até a evitar cometer os mesmos erros no futuro.

Acho que a solução para nossos problemas não é errar menos, mas refletir mais sobre os erros. E escrever é o melhor jeito que encontrei para isso.

Se você já leu algum texto meu, saiba que esse é o mais honesto. E não é mais uma mudança brusca de rota, mas uma evolução natural. 

Assim como cada dia vivido nos leva a um novo aniversário, cada versão dessa newsletter foi necessária para eu entender que esse espaço precisa ser livre — um lugar para escrever e refletir sem um roteiro definido.

Se está chegando agora, bem-vindo ao espaço onde errar, refletir e escrever sobre os erros são parte do jogo.

Porque crescer é isso: um ciclo interminável de rascunhos, revisões e novas versões de nós mesmos.