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☯️ MDV #28 - Desconforto

Um dia no parque de diversões me fez refletir sobre a vida. Assim como escolhemos as atrações, precisamos tomar decisões e enfrentar o desconforto para aproveitar ao máximo.
☯️ MDV #28 - Desconforto


Sábado passado a Anna teve uma ideia brilhante.

Passaríamos o dia num parque de diversões com tudo:

🎠 Carrossel, o brinquedo mais inocente do mundo.
🎢 Montanha russa com loop e descida negativa.
👾 Jogos que fazem os pais voltarem à infância.
💦 Piscina com toboágua pra refrescar.
🏎️ Carrinho de bate-bate.

O lugar perfeito para um dia de verão perfeito em família.

Lá pra terça-feira, falamos para as crianças que tínhamos uma surpresa.

Até tentaram adivinhar, mas passaram longe, tadinhos.

Só viram o que era quando chegamos no estacionamento.

A Anna sempre coloca música brasileira "de adulto" quando viajamos de carro.

Entre Ritas e Lulus, ouvi o poeta Cazuza cantar "nadando contra a corrente só pra exercitar o músculo que sente".

E acho que isso ficou na minha cabeça o resto do dia.

Depois que passamos a catraca, eles ouviram as regras do dia do papai:

• não pode sair correndo
• não pode falar com estranhos
• não pode brigar com os irmãos
• não pode ir no banheiro sozinho
• não pode soltar pum fedido

Eu sempre coloco essa última no final pra quebrar o gelo e ouvir a risada gostosa que eles dão, principalmente a Alice.

Nada mais gostoso que deixar crianças serem crianças, não é mesmo?

Quando no parque de diversões, eu gosto de pensar (e confiar) que tudo é seguro.

Você só precisa entrar na fila e esperar sua vez.

E foi com essa lente – e com a música do Cazuza – que eu fui.

Mas passei a maior parte do tempo fazendo o que mais gosto: filosofando.

Sei lá, é mais forte que eu.

Filosofada da semana

De criança, eu nunca fui muito desse tipo de passeio.

Ia mais em parquinho e olhe lá.

Acho que minha configuração familiar não permitia muito, não sei.

Fui no Playcenter só uma vez, com a escola, já com uns 14 anos.

Uma outra no Hopi Hari, com 20.

Minha primeira Disney foi com 30 anos.

Agora, com quase 40 e uma mão cheia de filhos, percebi que a vida é como um parque de diversões.

Permita-me:

🎡 Ambos oferecem uma variedade de opções e experiências. Mas é preciso escolher – ou os outros escolherão por nós, gerando frustração e sensação que não aproveitamos.

🌅 Todo mundo tem a mesma quantidade de horas no dia. Mas quem acorda cedo e se planeja aproveita mais.

🤨 Legal é relativo. O que pode ser divertido para uns, não é para outros. Foque no seu rolê, mas seja uma companhia agradável.

⏱️ É preciso saber esperar. Raramente as coisas acontecem tão rápido como gostaríamos. Lide com isso.

📚 Aprendizado e crescimento. Seja conquistando um medo, desenvolvendo a capacidade de resolver problemas num jogo ou descobrindo novas habilidades e paixões, tanto a vida como o parque de diversões oferecem uma variedade de opções pra você se colocar à prova. Aproveite.

😱 O medo existe. E a sua experiência vai ser definida por como você lida com ele, já que é a única pessoa que pode enfrentá-lo.

🤪 Diversão é opção. O principal objetivo do parque é se divertir, mas nem todo mundo o faz. O principal objetivo da vida ninguém sabe, mas nem todo mundo se diverte.

⬆️⬇️ Altos e baixos. Sempre vamos sentir frio na barriga ao viver algo pela primeira vez. É biológico. Arrumaremos desculpas para não fazer o que nos aterroriza. Mas o que nos separa das grandes emoções e sensações é a decisão de enfrentar o desconforto.

É preciso exercitar a capacidade de enfrentar o desconforto.

É preciso provar para si que você consegue.

Porque do outro lado, tem um outro você.

Cheio de vida.

Mas é preciso decidir.

Decisão

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💡 Pergunta: Quando você precisa de inspiração, o que você faz?

Frase da semana

💬

"Ao perguntar "por que?", "e se?" e "por que não?" você se força a explorar o que é possível ao invés de se contentar com o que é" - Josh Linkner

Fique bem!

Daniel